quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Das Sutilezas de Dona Vida

Se tem uma pessoa nessa vida que anda questionando a metodologia de dona vida, esta sou eu. Sempre achei que ela é muito rude quando tenta me passar suas lições, tenho andado tão revoltada nas últimas semanas que a estava xingando de verdade. Me revoltei! ME RE-VOL-TEI!
_ Deixe de ser injusta D.Vida. Que palhaçada é essa? Será possível que tudo o que eu preciso aprender precisa vir assim, embalado em extrema dificuldade? Aposto que a senhora está de marcação. Vejo tanta gente por ai que nunca passou nem pela metade do que passei... É o seguinte: Eu protesto! PRO-TES-TO! Entendeu?
_ Você já parou pra pensar que nem toda lição precisa ser tão agressiva? Custa ao menos por uma vez a senhora ser sutil e me mandar um recado carinhoso?
Pasmem! Ela aceitou o desafio. E  do modo mais inesperado, recebo um presente. Ganhei um par de brincos no meio da aula, neles está a silhueta de uma borboleta em cima de uma flor. Achei D.Vida de uma delicadeza tão grande que me emocionei.
Eu aqui me sentindo a injustiçada... É que eu nunca tinha parado pra pensar o quão difícil deve ser a vida de uma lagarta que se transforma em borboleta. Passar dias e dias rastejando, depois ficar trancafiada em um casulo se sentindo solitária, sem cores, sem Sol e ainda ter que passar por dores horríveis até que todo o seu corpo seja modificado não deve ser fácil.
É que eu estava tão concentrada em minhas próprias dores que eu esqueci que o mundo não gira em torno de meu umbigo e que os grandes aprendizados passam por longos períodos de dificuldade. As borboletas só conquistam a liberdade depois de terem vivenciado a solidão e a prisão.
Para minha surpresa Dona Vida se mostrou capaz de uma sutileza sem igual e me lembrou o quanto preciso suportar até encontrar o que busco.



P.S.: Perdoe-me os julgamentos e incompreensões, é que eu pensava já ter aprendido muita coisa e entendo que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Lhe sou grata mesmo desse jeito torto.



Liberdade

Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não,
eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que eu já sou
Mesmo sem me libertar eu vou
É, Deus,
parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro
Seguro
De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar
Liberdade




Nenhum comentário:

Postar um comentário