domingo, 4 de agosto de 2013

Carta à Uma Estrela [2]

Oi mãe,

Há tempos não lhe escrevo, me sinto meio boba colocando essas palavras aqui. É que não me restam muitas opções...
As coisas por aqui caminham com tranquilidade, me sinto menos ansiosa ultimamente, acho que os anos têm me feito bem. Não posso mentir para você... Vez por outra eu tropeço e volto ao antigo afobamento. Ainda estou aprendendo.
Tenho vivido uma experiência engraçada no trabalho, me sinto um pouco mãe daqueles meninos, mesmo daqueles mais velhos que eu. Você iria gostar de ouvir os relatos diários das pérolas que eu encontro na sala de aula.
Ah! Você precisava ver Daniel na versão homem malhado! kkkkk O danado tá é bonitinho, mas não conta pra ele que eu disse isso. Sem contar que eu posso até imaginar como seria engraçado lhe ver andando de moto com ele, a senhora com essas perninhas curtas... xiiii... Ia precisar de um banquinho!
Olha... Não quero lhe deixar preocupa, eu tô bem... Vou ficar bem. É que hoje bateu uma saudade tão grande, tão grande... Que eu precisava tentar amenizar essa dor de alguma forma. Hoje no caminho pra casa me peguei admirando o "mato" da estrada todo florido. Não aguentei, acabei chorando no ônibus. Sinto sua falta, dos seus olhos de enxergar, de lhe ouvir dizer que as pessoas estavam enganadas, que nós temos primavera e que bastava prestar atenção pra perceber como em certa época do ano o chão ficava repleto de flores. Sinto falta de seu encantamento pela vida e da sua presença em forma de abraço.





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